terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Entre os brilhos da Capital

Curitiba tentou ser a Capital do Natal mas apesar do coral do HSBC apresentado no Palácio Avenida a cidade não tem mais o brilho de antigamente. Com quase nenhum incentivo do governo os curitibanos não querem investir em grandes iluminações que apertam o orçamento.
Muitas famílias que esperavam ansiosas o mês de dezembro para enfeitar a residência já não se empolgam tanto e preferem uma decoração interna mais elaborada. A moda agora é caprichar nos detalhes particulares da casa como a mesa, pratos e cortinas com detalhes natalinos.
Mas as lâmpadas que tanto encantam nunca ficaram de lado, mas também não deixam de receber o toque das tendências. As velhas e encantadoras luzes coloridas dão espaço ao glamour do brilho dos cristais que adornam as janelas e os jardins da capital.
Mesmo não sendo a Capital Nacional do Natal os curitibanos não deixam apagar o espírito natalino

Indiferença ao Diferente

Em uma de suas aventuras por Curitiba o Urbernauta consegui atolar seu carro em uma rua de difícil acesso, tudo por que ficou apreensivo com dois camaradas que avistou em sua frente e mesmo com a experiência da viajem já avançada, julgou serem bandidos antes mesmo de um ataque que nem chegou a ocorrer, pelo contrário eram pessoas humildes que estavam indo se divertir e acabaram ficando cheios de barro para ajudar o desconhecido.
Essa passagem é comum em nossas vidas, pelo menos nos dias de hoje, julgamos as pessoas pelo que vestem e pelo meio onde circulam se ao menos saber quem são. A verdade é que nem queremos saber quem são, não nos interessamos, apenas nos afastamos.
Nossa cidade abriga vários tribos que repelimos sem saber sua filosofia. Eduardo Fenianos em O Ubernauta retrata bem esse preconceito já costumeiro de nossa sociedade, nesse trecho do livro ele sente o arrependimento de seu errôneo julgamento. Os rapazes (supostos assaltantes) deixaram seu divertimento para ajudá-lo coisa que nem a empresa do guincho solicitada quis fazer.
Se não tivesse se assustado com os rapazes, na certa não teria quebrado o carro mais o acidente em sua viajem serviu também para quebrar sua idéia do diferente.

Transformação da Cidade

Inaugurado em 1886 o Passeio Público é um dos primeiros points curitibanos, criado para servir de lazer e para solucionar os problemas de um intenso charco, o parque foi palco de grandes eventos culturais, um deles dói a coroação de Emiliano Perneta como Príncipe dos Poetas Paranaenses.
Com a chegada dos estudantes da Universidade Federal do Paraná, o Passeio era o local de ponto de encontros e reuniões e de estudantes e casais de namorados nos finais de semana.
Mas a decadência chegou aos portões que lembram o Cemitério do Cães em Paris e afastou o romantismo do primeiro parque da cidade. Prostituição e assaltos deixaram as famílias afastadas do espaço ecológico por onde corre o Rio Belém.
É a sociedade deixando seu espaço para vidas alternativas que transformam a cidade. O local de laser e diversão é tomado para outros fins e afasta sua idéia inicial.
Uma revitalização do espaço e maior policiamento mudaram o parque que novamente vem atraindo visitantes, mas a imagem descontruida do espaço ainda é presente em muitos de nós.