domingo, 2 de setembro de 2007

O porteiro do Jardim Botânico

Antônio da Silva, 59 anos, morador da Vila Trindade, no bairro Cajuru. Vinte deles passou trabalhando para a prefeitura. Só no Jardim Botânico está há 12 anos. Trabalha todos os dias, menos aos sábados. Abre os portões às seis da manhã; larga o expediente às 2 horas da tarde. Para incrementar a renda Antônio faz serviços de jardinagem.

Então sr, como é trabalhar aqui?
Gosto muito daqui, é tranqüilo.

E como é o pessoal? Os chatos fazem o quê?
A maior parte do pessoal não dá problemas. Vem, olha, anda e pronto. Mas tem gente que não entende que aqui é um Jardim Botânico. Não é um parque. Então o que acontece, é gente querendo entrar de bicicleta, com os cachorros, jogar bola. Daí a gente explica, sabe?

Tá. E já aconteceu algo interessante?
Vixe e como. Duas semanas atrás mesmo briguei com um cara aí.

Ah é, e por quê?
Ah, tem uns caras que ficam debaixo da ponte ali olhando as calcinhas das mulheres (aponta para a ponte sobre o lago artificial) quando tá quente. Eu passei por ali e o cara me perguntou o que eu estava encarando. Eu disse que nada. Depois ele saiu e ficou do outro lado da rua me xigando de corno, fedaputa. Daí eu sai, e fui lá. Se atracamos bem ali (mostra o canteiro no meio da rua).

E aí, ganhou a luta?
Dei umas porradas, como também levei.

Um comentário:

Curitiba Alternativa disse...

O catálogo de personagens da cidade é infindável e está, em muito, por se fazer jornalisticamente... Boa recuperação, Felipe. Além de dar uma variada no estilo de posts. Nada como as falas e fontes do mundo real.