segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Artista de rua

"Vou ali e volto já"! Ritmo de música do nordeste que chama atenção na rua XV de Novembro, em Curitiba. Uma dupla de repentistas atraí os transeuntes que passam em frente à Boca Maldita. Os dois homens tiram da sacola dois pandeiros e uma garrafa pet de dois litros de água. Começam a fazer um círculo e gritam "venham até o meio do círculo, venham". Os dois homens passam a batucar energicamente no pandeiro. Levantam as vozes no burburinho. Em pouco tempo várias pessoas se aglomeram em volta dos músicos, que ficam envolvidos pela embolada nordestina.

Em rimas construídas com rapidez de corisco, os pernambucanos Pardal da Saudade e Ivan Embolador elaboram em poucos, uma crônica arguta sobre tudo que está acontecendo ao redor. "Esse rapaz está desempregado/ parado nos observando/ com litro de pinga na mão/ agarrado na placa/ para não cair no chão", Embolador provoca um rapaz que diz ser de Minas Gerais.

Pardal puxa da sacola uma amostra do CD gravado por eles. "Quem quiser comprar o nosso CD que, não é pirata, é apenas R$ 10,00". Um rapaz grita – "quero um, por favor". Tira da sua carteira R$ 20,00 e Pardal diz a as pessoas – "o jovem gostou tanto do CD, que deu o dobro". Após agradecer a atenção, na pura linguagem tradicional do canto nordestino, os dois se despedem do público e vão para outro lugar se dissolvendo na paisagem da cidade. As pessoas se dissolvem aos poucos, com o sorriso estampado no rosto, seguindo seus caminhos.

Dirceu C. dos Santos

Um comentário:

Curitiba Alternativa disse...

não sei de onde vc tirou a frase:
Em rimas construídas com rapidez de corisco, os pernambucanos Pardal da Saudade e Ivan Embolador elaboram em poucos, uma crônica arguta sobre tudo que está acontecendo ao redor. "Esse rapaz está desempregado/ parado nos observando/ com litro de pinga na mão/ agarrado na placa/ para não cair no chão", Embolador provoca um rapaz que diz ser de Minas Gerais.

eu encontrei no site
http://72.14.205.104/search?q=cache:nNXFdVhHtJAJ:www.cartacapital.com.br/2007/06/448/chao-de-estrelas+Em+rimas+constru%C3%ADdas+com+rapidez+de+corisco,+os+pernambucanos+Pardal+da+Saudade+e+Ivan+Embolador+elaboram+em+poucos,&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br

Chão de estrelas
por Pedro Alexandre Sanches

Impulsionados pela tecnologia, artistas “tomam posse” das ruas e avenidas para fazer shows, gravar e vender CDs

O desafio Os dois homens sobem no ônibus, sem passar pela catraca do cobrador, sob permissão silenciosa do motorista. Pedem desculpas por perturbar a viagem. Vários passageiros se mexem desconfortáveis nos bancos, à espera do início de história triste de desemprego ou discurso decorado sobre problemas de saúde.

Mas o caso será outro nessa manhã paulistana. Os dois homens começam a batucar energicamente no pandeiro. Levantam as vozes no burburinho. Em pouco tempo, o ônibus está tomado pela embolada nordestina.

Em rimas construídas com rapidez de corisco, os pernambucanos Pardal da Saudade e Ivan Embolador elaboram em poucos minutos uma crônica arguta sobre tudo que está acontecendo ao redor. Essa doutora tá olhando/ essa daqui é madame/ é a prefeita de Miami/ veio aqui só passear, Pardal provoca uma dama carrancuda, sob gargalhadas gerais.