Há quem a tema. Ou quem simplesmente não a conheça. Há quem faça mau juízo sobre ela. Ou quem, de longe, apenas a olhe pela janela.
Próxima ou remota, a noite impressiona. E exerce fascínio entre temerosos e encantados, convencionais e despojados, perdidos e achados, “apocalípticos e integrados”.
Sim, a noite fascina e reserva mistérios. Esconde situações perigosas, riscos inconvenientes, segredos indecorosos. Mas, ao mesmo tempo, expõe, em magnitude, a beleza de um céu estrelado, de uma rotina interrompida ou de uma cidade calada.
Durante o dia, o compasso é frenético. Mal se tem tempo para prestar atenção no cenário onde se desenvolvem as ações corriqueiras de um grande centro. Mas à noite, a quietação chega a ser mórbida. E, longe das possíveis badalações noturnas, o palco do espetáculo se torna vazio, deixando-se ser observado.
Não que não exista vida ou movimento durante a madrugada. Existe. Mas a evolução parece poética. E funciona em impressionante simetria.
É nesse momento em que se pode notar como as coisas estão, quase sempre, em seu devido lugar. Mesmo quando ocorrem os imprevistos previsíveis. “Até quando o corpo pede um pouco mais de alma”.
Caminhando como numa trilha, pode-se ver - com a calma que o dia não permite - o sinaleiro, a faixa de pedestres, o banco da praça, o Largo da “desordenada” Ordem. O cachorro-quente da esquina, o cachorro vira-lata atravessando a rua, a canaleta do expresso, o Homem Nu. O Centro Cívico, o bar da esquina, a menina dos olhos, o olho do museu. O bêbado olvidado, a ronda policial, o acidente de automóvel, o assassinato na meia-noite. A volta pra casa, a fuga de casa, a porta de casa, a casa.
Cada detalhe livre aos olhos de quem se dispõe a olhar. De quem, ao sair, não pensa em voltar. De quem se detém somente a observar. De quem não se deixa enganar: a noite não é terrível. A noite pode ser, apenas, misteriosamente fúnebre e surpreendente.
Próxima ou remota, a noite impressiona. E exerce fascínio entre temerosos e encantados, convencionais e despojados, perdidos e achados, “apocalípticos e integrados”.
Sim, a noite fascina e reserva mistérios. Esconde situações perigosas, riscos inconvenientes, segredos indecorosos. Mas, ao mesmo tempo, expõe, em magnitude, a beleza de um céu estrelado, de uma rotina interrompida ou de uma cidade calada.
Durante o dia, o compasso é frenético. Mal se tem tempo para prestar atenção no cenário onde se desenvolvem as ações corriqueiras de um grande centro. Mas à noite, a quietação chega a ser mórbida. E, longe das possíveis badalações noturnas, o palco do espetáculo se torna vazio, deixando-se ser observado.
Não que não exista vida ou movimento durante a madrugada. Existe. Mas a evolução parece poética. E funciona em impressionante simetria.
É nesse momento em que se pode notar como as coisas estão, quase sempre, em seu devido lugar. Mesmo quando ocorrem os imprevistos previsíveis. “Até quando o corpo pede um pouco mais de alma”.
Caminhando como numa trilha, pode-se ver - com a calma que o dia não permite - o sinaleiro, a faixa de pedestres, o banco da praça, o Largo da “desordenada” Ordem. O cachorro-quente da esquina, o cachorro vira-lata atravessando a rua, a canaleta do expresso, o Homem Nu. O Centro Cívico, o bar da esquina, a menina dos olhos, o olho do museu. O bêbado olvidado, a ronda policial, o acidente de automóvel, o assassinato na meia-noite. A volta pra casa, a fuga de casa, a porta de casa, a casa.
Cada detalhe livre aos olhos de quem se dispõe a olhar. De quem, ao sair, não pensa em voltar. De quem se detém somente a observar. De quem não se deixa enganar: a noite não é terrível. A noite pode ser, apenas, misteriosamente fúnebre e surpreendente.
2 comentários:
'Sem dono, ganhou a noite...', como diz a canção. Enquanto lia lembrei do filme 'Cão sem Dono'(em cartaz). Em uma das seqüências, a personagem principal sai para passear com o cachorro na madrugada, pelo centro de Porto Alegre. Boa percepção sobre a cidade no seu reverso. Tão pulsante em histórias, situações, vivências quanto o dia, que surge (talvez) para interromper a rotina. Trazer o relato dessas pessoas navegantes que às vezes parecem não parar de sair dos bueiros, como diz um amigo, poderia render outro post. abç!
Se quiser conferir, estou com o livro que originou o filme. 'Até o Dia em que o Cão Morreu'.
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